O herpes labial é uma infeção causada pelo vírus denominado herpes simplex. É muito comum encontrarmos o herpes labial nas nossas vidas, mais cedo ou mais tarde. Seja porque a infeção nos apanha, seja por conhecermos alguém – amigos, familiares, colegas – que possam já ter sofrido desta patologia em algum momento da vida.
Esta é uma infeção tão comum que se estima que possa afetar mais de metade da população mundial, embora a percentagem se situe algures entre os 15% - 20% nos países considerados desenvolvidos.
Embora o herpes labial não tenha ainda uma cura conhecida, é, mesmo assim, uma situação perfeitamente controlável e tratável, como poderá ver neste artigo no qual explicamos também quais são os seus sintomas e partilhamos algumas medidas preventivas.
Como o próprio nome indica, o herpes labial tende a manifestar-se maioritariamente nos lábios, embora possa também fazer-se sentir nas áreas da face que os rodeiam, como a zona do nariz, por exemplo, ou até na língua – nestes casos, o herpes labial muda tecnicamente de nome, passando a ser referido como herpes orofacial.
Mesmo assim, o vírus herpes simplex que provoca o herpes labial é um vírus altamente contagioso que se propaga através do contacto direto.
Contudo, este contacto não precisa de se limitar ao toque na pele, como aconteceria com um beijo, por exemplo. A partilha de objetos comuns podem dar igualmente origem ao seu aparecimento.
Na prática, o herpes labial provoca nos pacientes o aparecimento de pequenas bolhas – chamadas vesículas – cheias de um líquido claro. Estas bolhas podem causar dor de intensidade variada, além de um impacto emocional forte, uma vez que afetam visivelmente o rosto.
Isto torna-se particularmente verdadeiro uma vez que, em geral, a primeira exposição ao vírus ocorre durante uma idade jovem, normalmente na adolescência, pelos mais diversos motivos.
Embora não tenha cura, o herpes labial não deixa, por isso, de ser considerada uma condição “benigna”, na medida em que existem vários tratamentos disponíveis para os pacientes capazes de resolver a situação em poucos dias, sem deixar marcas na pele.
A origem do herpes labial ocorre, sobretudo, devido a um contacto físico, seja direto ou indireto. Todavia, uma identificação direta da sua origem é, muitas vezes, verdadeiramente impossível de ser feita.
Depois de adquirido, o herpes simplex tende a ficar “adormecido”, por vezes manifestando-se apenas muito tempo depois. Aliás, é até possível apanhar-se o vírus e nunca manifestar qualquer tipo de sintomas.
Mesmo assim, será possível apanhar herpes labial sem ter estado em contacto com outras pessoas? Ou seja, é possível o vírus desenvolver-se de forma autónoma?
Perfeitamente. A verdade é que nem sempre o contacto é necessário para que o herpes labial tenha origem.
Contudo, os fatores que podem levar ao seu desenvolvimento inserem-se no campo da suspeição, apenas. No entanto, sabemos que o mesmo desenvolve-se principalmente em pessoas cujo sistema imunitário se encontra mais debilitado. Por isso mesmo, alguns fatores incluem as gripes, doenças que afetem o sistema imunitário e ainda os períodos de maior stress.
Mas seja qual for a origem associada ao aparecimento do herpes labial, o certo é que os seus sintomas se manifestam de igual forma.
Quando o herpes labial está prestes a manifestar-se, os primeiros sintomas tendem a provocar nos pacientes uma sensação de formigueiro, comichão ou ardor. Este é o primeiro sinal de que as bolhas do herpes labial irão começar a aparecer ao longo das próximas 48 horas, em qualquer zona dos lábios ou rosto.
Contudo, é também possível sentir-se algum inchaço, além de um aumento da sensibilidade ou dormência na área prestes a ser afetada.
Mais raro é o sintoma da febre, embora possa ocorrer. Enquanto o processo se desenvolve internamente, é igualmente possível que os pacientes sintam alguma dificuldade em ingerir alimentos, na medida em que os lábios se ressentem dos efeitos dos sintomas descritos.
O tratamento para o herpes labial é composto por uma série de ações que permitem controlar a condição ao longo do tempo. Isto porque, na verdade, o herpes labial não tem cura. Esta é uma condição crónica, presente na vida dos pacientes ao longo de toda a vida, desde o momento em que apanham este vírus.
Mesmo assim, como vimos, é uma condição perfeitamente controlável, cujo tratamento envolve três fases: antes, durante e depois de se manifestar.
Mais em baixo vamos abordar algumas medidas preventivas em concreto, mas, neste caso, o tratamento do herpes labial “antes” concentra-se logo a partir do momento em que começa a sentir os primeiros sintomas de comichão ou formigueiro, por exemplo.
Para isso, existem vários antivirais ou medicamentos para o herpes labial que permitem que o tratamento comece logo aí.
Normalmente, estes variam de acordo com a zona do rosto afetada, mas também com outras patologias associadas ao paciente, nomeadamente no caso de imunodeprimido.
Mesmo assim, todos eles aliviam os sintomas e ajudam numa recuperação mais rápida. Normalmente, vêm em forma de pomadas para o herpes labial:
Apesar disto, vale também a pena referir que o nosso sistema imunitário é capaz de resolver a situação por si só, em cerca de 10 dias. A utilização de medicamentos acelera todo o processo, mas mais do que isso, prepara-o para o “depois”, na medida em que influenciam também a recorrência ou a frequência com o herpes labial se manifesta.
Por último, no caso de a condição não ser ultrapassada em cerca de 10 dias, se estiver grávida ou apresentar um sistema imunitário naturalmente enfraquecido, deve consultar o seu médico antes de proceder com os tratamentos.
Do mesmo modo, no caso de os sintomas se manifestarem acompanhados por gengivas inchadas ou com dores e lesões na boca, deve consultar o médico dentista, para despistar uma gengivoestomatite.
E uma vez que vive com a presença de herpes labial lembre-se ainda que os métodos de prevenção lhe dizem a respeito a si também.
Além de começar o tratamento ao primeiro sinal de sintomas, existem mais algumas recomendações que pode tomar, de modo a prevenir o aparecimento do herpes labial e até a transmiti-lo aos seus mais próximos.
Esta prevenção tem uma regra de ouro: evite o contacto durante o período de manifestação da doença.
Evite o contacto íntimo com outras pessoas e o contacto com pessoas cujo sistema imunitário esteja enfraquecido. Ao mesmo tempo, evite também partilhar objetos de qualquer tipo, ou comida, de um modo geral. E, claro, sempre que possível, higienize as mãos.
Depois de alguns dias, o herpes labial volta a desaparecer, sem deixar marcas ou cicatrizes, partindo do pressuposto que cuidou das lesões como aqui demonstrámos.
E para quem queira evitar ser apanhado por este vírus, a sua prevenção mantém a regra de ouro: evite o contacto direto com o que não sabe se esteve em contacto com a boca ou as mãos de desconhecidos.