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A ulectomia e ulotomia são dois procedimentos cirúrgicos diferentes, mas que cumprem um mesmo propósito: permitir uma erupção dentária saudável.

Clinicamente, a ulectomia e ulotomia estão indicadas para os casos em que existe um bloqueio gengival que impossibilita a erupção dos dentes, nomeadamente em crianças de idades variadas.

Ou seja, a ulectomia e a ulotomia são dois procedimentos cirúrgicos normalmente utilizados pelos odontopediatras, médicos de especialidade da Odontopediatra, uma área da medicina dentária que se dedica em exclusivo à promoção da saúde oral dos mais jovens. 

 

O que é a Ulectomia e a Ulotomia?

Ulectomia e Ulotomia

A ulectomia e ulotomia são dois tratamentos que visam a correção da retenção dentária, nomeadamente nos pacientes mais jovens. Ambas as técnicas têm vindo a ganhar cada vez mais importância, particularmente na área da Odontopediatria.

A erupção dentária – o nascimento dos dentes – é o culminar de uma série de processos naturais do crescimento e desenvolvimento infantil. 

Contudo, nem sempre isso acontece. Pelos mais variados motivos, a verdade é que, por vezes, os dentes simplesmente não conseguem romper pelas gengivas – a mucosa gengival.

Na prática, os dentes ficam impedidos de nascer e, por isso, se indica a ulectomia e a ultotomia como forma de tratamento, de modo a permitir a abertura de um caminho para a erupção dentária.

Qual a diferença entre Ulectomia e Ulotomia? 

Embora ambas as técnicas se considerem um procedimento cirúrgico e ainda que ambas visem o mesmo tipo de tratamento, existe uma grande diferença entre ulectomia e ulotomia: a dificuldade do procedimento em si.

Na verdade, a ulectomia e ulotomia exigem níveis de intervenção diferentes. Uma é mais invasiva do que a outra. Vejamos exatamente como.

Com o objetivo de permitir a erupção dentária, a ulotomia é um procedimento cirúrgico relativamente fácil de se realizar em crianças.

Este tratamento consiste na incisão – num corte – diretamente feito na gengiva que cobre o dente, de modo a criar espaço para que o mesmo possa nascer.

Como vimos, a ulectomia visa o mesmo objetivo. Contudo, mais do que uma simples incisão, a ulectomia consiste na remoção de tecido muco-gengival que esteja a cobrir a e a impedir a erupção completa dos dentes em causa.

 

Como funcionam a Ulectomia e a Ulotomia?

Para melhor compreendermos as diferenças entre ulectomia e ulotomia, é importante darmos a conhecer as várias etapas identificadas entre cada uma destas intervenções cirúrgicas.

 

Etapas da Ulotomia

Entre ulectomia e ulotomia, a ulotomia é o procedimento menos invasivo e mais simples de se realizar. Como vimos, o tratamento consiste numa incisão ou num corte simples que permita a abertura da gengiva, para que o dente não erupcionado possa nascer.

Contudo, antes do procedimento, são necessários alguns exames clínicos essenciais, tais como uma consulta de avaliação ou a realização de radiografias.

 

Etapas da Ulectomia

Quando comparada à ulotomia, a ulectomia é um tratamento mais invasivo e que requer um maior número de etapas, uma vez que envolve a remoção cirúrgica do tecido da mucosa gengival.

Assim, as etapas da ulectomia são:

  • Consulta de avaliação e realização de exames clínicos;
  • Antissepsia intraoral com recurso a clorexidina;
  • Utilização de um anestésico tópico;
  • Aplicação de uma anestesia local infiltrativa;
  • Realização de uma incisão, com recurso a bisturi manual, a laser, ou elétrico;
  • Remoção do tecido gengival em causa e consequente exposição do dente por nascer;
  • Utilização de soro fisiológico e cobertura da incisão com gaze e outra medicação analgésica.

Além destas etapas, importa referir que a ulectomia não requer a aplicação de pontos, mas exige algum cuidado pós-cirúrgico, nomeadamente no que aos cuidados com a higiene oral diária dizem respeito.

O próprio médico dentista dará nota dos cuidados a ter, embora os mesmos sejam relativamente simples de cumprir: ao cuidar da higiene oral, é preciso ter uma atenção e um cuidado redobrados ao limpar a zona na qual a ulectomia foi realizada.

Passados cerca de sete dias, é importante voltar ao consultório, de modo a que o odontopediatra possa avaliar o estado da situação, bem como garantir o seu sucesso.

 

Quando se indicam a Ulectomia ou a Ulotomia?

Antes de mais, importa sublinhar que nem sempre é necessário recorrer-se à ulectomia e ulotomia. Na verdade, o motivo pelo qual a erupção dentária não está a ocorrer pode ser outro que não o impedimento da erupção devido ao tecido muco-gengival.

Logo, é sempre necessário a realização de um diagnóstico, por parte do odontopediatra. 

Após a avaliação do caso e na eventualidade de não existir qualquer outro problema associado que possa estar a impedir o nascimento dos dentes, recomenda-se a ulectomia e ulotomia.

A ulotomia está indicada para as situações mais simples, tendo em conta que o procedimento visa apenas facilitar o aparecimento do dente, com uma pequena incisão no local impedido.

Por outro lado, a ulectomia está indicada para os casos mais complexos, nos quais existe demasiado tecido gengival – por vezes, até osso – que impedem a correta erupção dentária.

No caso da ulectomia, é importante avaliar-se a cronologia da erupção dentária do paciente, uma vez que o tratamento se recomenda no caso de o dente não conseguir nascer há mais de 12 meses.

Noutros casos, é também possível que o dente até já tenha começado a nascer, mas apenas de forma parcial. Também para esta situação se recomenda a realização de uma ulectomia, depois de o caso ter sido devidamente avaliado e diagnosticado.

Contudo, tanto para a ulotomia como para a ulectomia, uma consulta de avaliação é sempre um passo fundamental.

18.04.2023 Odontopediatria